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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Dom Vital Wilderink, eremita Carmelita da Ordem do Carmo: Breve histórico.

          
Dom Vital Wilderink, membro da Ordem do Carmo-Carmelitas, nascido em Denventer-Holanda, nome de batismo João Geraldo. Após três anos de seminário menor na Holanda, veio para o Brasil em janeiro de 1949, residiu em Itu-SP, onde completou os estudos do seminário menor. 
No ano de 1951, em Mogi das Cruzes, ingressou para o noviciado, no fim do qual fez sua primeira profissão religiosa. Fez os estudos de Filosofia em São Paulo. Foi enviado para o curso de Teologia em Roma no Colégio Internacional dos Carmelitas. Terminado o curso de Teologia, foi ordenado sacerdote, junto com Frei Carlos Mesters seu amigo e companheiro desde o seminário menor, no dia sete de julho de 1957 em Roma por um bispo carmelita irlandês, missionário na África.
Permaneceu em Roma para continuar seus estudos de Teologia, na Universidade Santo Thomás de Aquino, em que se doutorou na área de espiritualidade. A fim de redigir sua tese de doutorado fez prolongadas pesquisas na França.
Lecionou no Colégio Internacional dos Carmelitas em Roma nos anos 63 e 64. Em janeiro de 1967, apesar do desejo do superior Geral, de que ele permanecesse em Roma, como professor preferiu voltar para o Brasil.
        Retornando para o Brasil em 1967, estabeleceu-se em Minas Gerais, onde por algum tempo foi professor no Instituto de Teologia de Belo Horizonte. Neste mesmo ano trabalhou como operário em uma pedreira e numa fábrica de tecidos, para conhecer melhor o mundo do trabalho dos pobres.
         No ano de 1968, foi nomeado diretor do departamento de formação da CRB nacional. Exerceu essa função por dois anos, durante esse período participou como representante da CRB, da segunda Conferencia Episcopal Latino América, em Medellín. Em 1970 a pedido de quatro congregações, foi para diocese de Itabira-MG- para acompanhar às irmãs em um novo estilo de vida inserida no meio de povo, no continuo esforço de responder as diretrizes da conferência e tornou-se coordenador pastoral da mesma diocese até 1974.
Neste ano retirou-se em ano sabático, para Colômbia, fazendo um curso no Instituto de Pastoral do CELAM, até outubro do mesmo.
Retornando ao Brasil, foi transferido para Angra dos Reis, a pedido de Dom Valdir, por quem foi nomeado vigário episcopal da região litorânea da diocese de Volta Redonda, onde era previsto, devido a sua extensão, a criação de uma nova diocese.
Em 1977 frei Vital começou a assumir, em fins de semana, as celebrações desta paróquia de Lídice e da comunidade da Estação, devido a transferência do seu confrade frei Paulo. Neste tempo fez um prolongado retiro no Alto do Rio das Pedras, onde foi acolhido pela família dos Moreira.
          Neste mesmo ano num encontro casual com Dom Raimundo, aconteceu a partilha de um sonho comum, viver uma vida de estilo mais contemplativo. Marcaram um encontro em Angra dos Reis, para verem a possibilidade de realizarem junto esse sonho. Foram ver um pequeno terreno num bosque. Era o dia 18 de novembro de 1977, no entanto no dia seguinte um telefonema de Brasília convocando o frei Vital, a comparecer na Anunciatura Apostólica desfez todo o seu projeto. Fora nomeado pelo Papa Paulo VI bispo auxiliar da diocese de Volta Redonda, com a tarefa de preparar a nova diocese Sul Litoral. Sendo sagrado bispo por Dom Valdir, no dia 13 de agosto de 1978, na Igreja do Conforto de Volta Redonda. Sendo seu lema: Testemunhar o Evangelho da Graça de Deus. Foram dois anos 78 e79 de trabalho com o povo desta região em conjunto com irmãs de varias congregações, chamadas por ele mesmo, para marcar presença na pastoral. Em abril de 1980 foi criada a nova diocese, pelo Papa João Paulo II, tendo Itaguaí como sede. E nomeou dom Vital com seu primeiro bispo.
Como seu carisma de unidade e no desejo de ter uma igreja feita por todos, Igreja Povo de Deus, convocou o Sínodo diocesano, que teve duração de cinco anos.
Incentivou a pastoral catequética na diocese e a pastoral social, tendo especial atenção a duas pastorais operaria e CPT da qual participou da reunião de fundação em Goiânia e fundador da mesma no Estado do Rio de Janeiro.
      A vida consagrada sempre mereceu seu especial carinho, tanto a nível local e nacional. Ordenou os primeiros padres brasileiros da diocese. Com sua sensibilidade e opção preferencial pelos pobres, criou o projeto de acolhida a meninos e meninas de rua, construindo uma casa, a qual os meninos chamaram Nossa Casa. A diocese tinha um rosto multiforme, onde todos se sentiam acolhidos, expressão de uma preocupação sua, que o fazia dizer: "Na diocese o meu primeiro desejo é que as pessoas que vêm prestar um serviço sintam-se primeiramente acolhidas no seu ser e não pelo que podem fazer. Isso vem depois."
Por doze anos participou da CNBB, atuou especialmente como responsável na dimensão Bíblico-Catequética e fez parte da comissão catequética do CELAM.
Participou da quarta Conferencia Episcopal Latino Americana de Santo Domingos e de dois Sínodos em Roma.
Os vinte anos passados no exercício do ministério episcopal não apagaram o sonho de uma vida de estilo mais contemplativo. Os laços criados com a família Moreira, durante o retiro que realizou em 1977 no Alto do Rio das Pedras, tornou possível a concretização desse sonho, quando seu Zé Moreira em ocasião das bodas de ouro de casamento, escreveu uma cartinha a Dom Vital, convidando-o a celebrar a missa para o casal e que também lhe reservavam uma supressa. A supressa consistia numa na doação de um pequeno terreno, onde construiu uma casa e uma capela, para viver sua vida num estilo mais contemplativo.
Com a permissão do Papa João Paulo II renunciou o governo da diocese e desde 1998 vive como eremita no Alto do Rio das Pedras, em Lídece-RJ. Não demorou muito para as pessoas amigas e conhecidas começarem a subir o Alto, para fazer retiros e desfrutar da sabedoria da pessoa de dom Vital na orientação espiritual.

Ele que soube deixar Deus ter a primazia em sua vida, possa continuar na sua simplicidade, ternura, acolhida e solidariedade criativa, conduzir-nos para que Deus seja na nossa vida e na realidade de hoje o osso Único Essencial. 

Um comentário:

  1. TIVE O PRIVILÉGIO DE TER SIDO ORDENADO DIÁCONO PERMANENTE, PELAS MÃOS ABENÇOADAS DE D.VITAL. UMA PENA QUE A IGREJA NÃO VALORIZE O DIACONATO PERMANENTE, SÓ FUI SABER HOJE POR ACASO, TUDO QUE SEI PASTORALMENTE DEVO A ELE E D. BIASIN, BISPO DE VOLTA REDONDA. REALMENTE UMA GRANDE PERDA PARA A IGREJA CATÓLICA.

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